compositores e obras do CD "Com licença!..."

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    CHIQUINHA GONZAGA (1847-1935)

Chiquinha Gonzaga nasceu no Rio de Janeiro em 17 de outubro de 1847. Morreu em 28 de fevereiro de 1935, na mesma cidade.
Foi uma das maiores expressões da musicalidade brasileira do final do século XIX ao início do XX.
Recebeu sólida formação de pianista e regente. Com sua numerosa e variada obra musical, contribuiu para fixar o cancioneiro popular brasileiro com maxixes, modinhas e o nascente samba urbano. Aproximou a música erudita da popular e foi uma das primeiras a introduzir o violão nos salões cariocas.
Iniciou a carreira como compositora de polcas, muito apreciadas na época. Seu primeiro sucesso foi a polca Atraente. Depois de várias tentativas, conseguiu ser aceita como compositora teatral, estreando com a música da opereta A Corte na Roça. Seguiu-se uma extensa obra musical para revistas, comédias e operetas.
O Corta Jaca, da peça Zizinha Maxixe, foi estilizado por Darius Milhaud, na sinfonia Le Boeuf sur le Toit.
Sua marcha-rancho Abre Alas foi a primeira marcha carnavalesca e tornou-se o hino do carnaval carioca.
Participou ativamente na luta pelo direito autoral (fundou a Sociedade Brasileira dos Autores Teatrais) e na campanha abolicionista. Por suas atitudes revolucionárias, foi alvo dos preconceituosos da época.

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Duas Miniaturas brasileiras

1. Lua Branca (fagote e piano)

2. O "Corta-Jaca" (fagote, piano, bateria)

Essas duas peças foram compostas originalmente em contextos diferentes. 

Lua branca

Ó, lua branca de fulgor e desencanto
Se é verdade que ao amor tu dás abrigo
Vem tirar dos olhos meus o pranto
Ai, vem matar essa paixão que anda comigo
Ai, por quem és, desce do céu, ó, lua branca
Essa amargura do meu peito, ó, vem, arranca
Dá-me o luar de tua compaixão
Ó, vem, por Deus, iluminar meu coração
E quantas vezes lá no céu me aparecias
A brilhar em noite calma e constelada
E em tua luz então me surpreendias
Ajoelhado junto aos pés da minha amada
E ela a chorar, a soluçar, cheia de pejo
Vinha em seus lábios me ofertar um doce beijo
Ela partiu, me abandonou assim
Ó, lua branca, por quem és, tem dó de mim

 

"Lua Branca", portadora de uma simplicidade que encanta, é parte integrante da opereta "Forrobodó". 
"O Corta-Jaca" é uma dança, um batuque, de caráter acentuadamente rítmico. Na edição dos arranjos de Francisca Aquino e Ricardo Vasconcelos elas estão editadas em um só contexto, contrapondo se uma à outra e é neste contexto que elas aparecem também na gravação.

partituras disponíveis:  www.assuntograve.com