ANTENOR GOMES JUNIOR, viola     

Outra vida roubada pela música. Finais de semana deixados na Escola de Música sem arrependimento. Não precisava de farra quando garoto: “Era mais que uma distração. Eu me ocupava da música com gosto. Eu ficava com a chave da sala, pegava o grande circular e ia para lá estudar.”

O pai tinha uma oficina. E o rapaz que fazia patinetes e consertava carrinhos de rolimã estava, sem saber, num tipo de pré-escola para a lutheria. As mãos grandes, que lhe encaminharam para a viola, também o levaram a esculpir instrumentos da madeira.

A modéstia do artista parece tão natural quanto seus talentos. Aos poucos, como quem coloca tempero no assunto, vai me contando da enorme aceitação do seu trabalho e das inovações que desenvolveu: “Eu aprendi sozinho, por isso não sou tão influenciado pela tradição como os europeus. Desenvolvi minha técnica, minhas ferramentas de trabalho. Prezo para que os instrumentos fiquem mais leves, o que facilita muito na hora de tocar.” Hoje, entre suas encomendas, está o primeiro violino da Orquestra Sinfônica de São Paulo (OSESP). 

 

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