MOISÉS ALVES, trompete    

Ele é conhecido como Paraíba. Veio do Nordeste: “é a saga do retirante, vim para Brasília depois que meus familiares vieram, em busca de melhores condições.”

Mas o sorridente Moisés não imaginava que já tinha seu sustento nas mãos. “Quando cheguei não imaginava que ia fazer a vida com o trompete que tinha aprendido a tocar na Igreja, com meu pai.”

Com visão ampla de quem é apaixonado pela boa música e boa pitada de modéstia, comenta: “toda música bem tocada é bonita, todo instrumento bem tocado soa bonito. A música não tem fronteiras.” Depois, o assunto volta: mas se a música não tem fronteira, porque comentam que para tocar a bossa nova tem de ser brasileiro? Ou que para sair bem o improviso do jazz, só com sangue norte-americano?

E com esperteza e irreverência, responde: "Ah, bom isso acontece, sim. É que a música é uma linguagem. Você pode aprender, mas nunca consegue ter o sotaque. Já viu como nas novelas soa falso o sotaque nordestino dos atores? É péssimo".

 

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