Um
disco totalmente dedicado ao fagote não é algo corriqueiro. Assim como
não o é a biografia de seu intérprete e idealizador, o fagotista Hary
Schweizer. Durante a longa carreira como músico e professor, Schweizer,
incomodado com a carência do instrumento no país, aventurou-se no mundo
da lutheria e mergulhou num intenso trabalho que resultou na construção,
em 1991, do primeiro fagote brasileiro. Atualmente ele é um reconhecido
fabricante do instrumento - e o único da América Latina. Neste CD, cujo
conteúdo oscila entre a música popular e a de concerto, a melancolia do
fagote dá lugar a um repertório que prima pela leveza e descontração,
com peças de Villa-Lobos, Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth, em
acurada interpretação. Em primeira gravação estão, entre outras, Com
licença!..., choro do maestro Julio Medaglia e Mágoas de fagote, peça
inacabada de Tom Jobim.