resenhas do CD "Com licença!..."

ROHRBLATT, nº 22, caderno 4/2006

seção "CDs kritisch gehört" (CDs ouvidos criticamente)

 

Aus Harys Werkstatt Musik in Brasilien
Música do ateliê de Hary no Brasil.

HARY SCHWEIZER, GUSTAVO KOBERSTEIN, FLAVIO LOPES FIGUEIREDO JR., (Fagott/fagote), ELZA KAZUKO GUSHIKEM (Klavier/piano), PAULO MARQUES (Schlagzeug/bateria) - CD HS 01 CL - hschweiz@yahoo.com.br

Wer ist HARY SCHWEIZER?
Vor etlichen Jahren kam ein nicht mehr ganz so junger Mann aus dem fernen Brasilien nach Deutschland, um an der Münchner Musikhochschule bei Professor Achim von Lorne zu studieren. Später dann ging er zurück in sein Heimatland, wurde Dozent für Fagott an der Universität von Brasília, wurde Gründungsmiglied des Sinfonieorchesters am Nationaltheater in Brasilia, machte viel Kammermusik und spielte viel Musik brasilianischer Komponisten wie Heitor Villa-Lobos und Chiquinha Gonzaga, in allen Bereichen, sowohl E- als auch U-Musik.
Doch damit nicht genug. Als zwei Kollegen, ELIONE ALVES DE MEDEIROS und CRISTINA PORTO COSTA, ihn dazu drängten, begann er selber Fagott zu bauen. Das Geschäft begann zu blühen, und bald wurden die Fagotte aus seiner Werkstatt von Musiker in ganz Brasilien (neben ihm selbst) und auch in anderen Ländern geblasen.
Als Frau PORTO COSTA, die Fagottprofessorin an der Escola de Música de Brasilia, ihn anregte, Fagotte für ihre noch im Wachstumalter befindlichen Schüler zu bauen, begann er, das Modell "Junior" zu entwickeln, ein abgespecktes Fagott mit kindgerechter Mechanik.
Und schliesslich liess er sich dazu überreden, trotz persönlicher Bedenken eine CD einzuspielen, auf der überwiegend brasilianische E/U-Musik (dankenswertweise in der neuen Welt nicht so schreff voneiander geschieden wie hierzulande), gespielt auf Fagotten aus seiner Werkstatt, zu hören ist.
Dieser "er", von dem die ganze Zeit die Rede war, ist HARY SCHWEIZER.
Seine CD, die uns hier vorliegt enthält zwanzig Titel, von denen der erste (Com licença, von Júlio MEDAGLIA) auch die Sammlung als N° 21 beschliesst; er ist ganz in brasilianischen Volkston gehalten und eigens für diese Produktion komponiert worden. Nr. 2 sodann ist die bekannte (und beliebte) aus VILLA-LOBOS' Bachianas Brasileiras Nr. 5. Es folgen zwei "Miniaturas Brasileiras" von CHIQUINHA GONZAGA, dann "Variações sobre um tema de natal", ein entzückender Variationskreis Über das Weihnachtslied "Lasst uns froh und munter sein" von ACHIM von LORNE; darauf zwei weitere Stückchen vom gleichen Komponisten, "Trio breve I und II"; darauf von EMILIO TERRAZA "Tango M. 45" für Fagott und Klavier und "Tango M. 46" für Fagott solo.
Es folgen "Melodias da Cecilia" in drei Säztzen von ERNST MAHLE: risoluto, moderato, vivace, gefolgt von einer Komposition von FRANCISCO MIGNONE "Aquela modinha que o Villa não escreveu" (Jene Melodie die Villa-Lobos nicht geschrieben hat). Dann, als Nr. 14 "Mágoas de Fagote" (Die Leiden des Fagotts) von TOM JOBIM, danach ein Choro von BENNY WOLKOFF und "Brejeiro" (Flegel) von ERNESTO NAZARETH.
ANDREAS HERKENRATH steuerte den Titel "O Fagote encontra o jazz" (Bassoon meets jazz) bei eine jazznahe Komposition voller Synkopen, jazziger Rhytmik und Melodik und viel Drive.
Den Abschluss bildet die "Sonata em mi menor" (Sonate in e-moll) von BENEDETTO MARCELLO, deren drei Sätze diskret mit Schlagzeugrythmen unterlegt sind - diese Freiheit hat sich Hary Schweizer herausgenommen.
Wie man sieht, haben wir hier eine Mixtur, ein Medley verschiedenartigster Fagottmusiken vor uns. Man darf die CD nicht mit dem üblichen Masstab von Aufnahmen konzertanter E-Musik messen; vielmehr bietet sie ein äusserst unterhaltsames Kaleidoskop brasilianischer Musik.
Und darüber hinaus sie zeichnet das Portrait eines Mannes, der sich nicht nurder Pflege der Musik, sondern auch der Herstellung des Fagotts - seines Instruments - in seinem Heimatland verschrieben hat.
Die Aufnahmen auf der CD sind technisch sauber gemacht, ein wenig zu brav musiziert, bieten aber eine Kostprobe des hellen, spezifischen Fagottklangs der Instrumente aus HARY SCHWEIZERs Werkstatt.
Quem é HARY SCHWEIZER?
Há alguns anos veio para a Alemanha oriundo do longínqüo Brasil uma pessoa já não mais tão jovem, para tomar aulas na Escola Superior de Música de Munique com o Professor Achim von Lorne. Mais tarde voltou à sua pátria, se tornou professor de fagote na Universidade de Brasília, foi fundador da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília, tocou muita música de câmara e muita música de compositores brasileiros, tais como Heitor Villa-Lobos e Chiquinha Gonzaga, em todos os estilos, seja popular, seja erudito.
Mas não foi só isso. Quando dois de seus colegas, ELIONE ALVES DE MEDEIROS E CRISTINA PORTO COSTA, o instigaram, começou ele mesmo a construir fagote. O negócio começou a frutificar e logo fagotes de seu ateliê eram tocados em todo Brasil (e também por ele mesmo) e logo também em outros países.
Quando a Sra. Porto Costa, professora de fagote na Escola de Música de Brasília o cutucou para a fazer um fagote para seus alunos em idade de crescimento, ele começou a desenvolver o modelo "Junior", um fagote reduzido e com mecanismo apropriado para crianças.
E finalmente ele se deixou convencer, apesar de restrições pessoais, a gravar um CD, no qual se pode ouvir sobretudo a música brasileira popular/erudita (algo que felizmente no Novo Mundo não está tão rigidamente separado como cá entre nós).
Este "ele", do qual todo tempo foi falado, é HARY SCHWEIZER.
Seu CD que aqui nos é apresentado contém 20 títulos, dos quais o primeiro (Com licença, de Júlio Medaglia) é também o que fecha a coleção; ele é todo em espírito brasileiro e foi composto especialmente para esta produção. A faixa 2 a seguir é a conhecida (e querida) ária de Bachianas Brasileiras nº 5 de Villa-Lobos. Se seguem Duas Miniaturas Brasileiras de Chiquinha Gonzaga, e então "Variações sobre um tema de Natal", um fascinante ciclo de variações sobre a canção de natal "Sejamos felizes e alegres" de Achim von Lorne; em seguida duas outras curtas peças do mesmo compositor Trio Breve I e II; segue de Emilio Terraza, Tango M. 45 para fagote e piano e Tango M. 46 para fagote solo.
Seguem-se as Melodias da Cecília em três movimentos: risoluto, moderato e vivace, seguidos de uma composição de Francisco Mignone "Aquela modinha que o Villa não escreveu". Então, como nº 14 "Mágoas de Fagote" de Tom Jobim, depois um Choro de Benny Wolkoff e Brejeiro de Ernesto Nazareth.
Andreas Herkenrath conduz o título "O fagote encontra o jazz" com uma composição jazzística cheia de síncopes, ritmica e melódica jazzistica e muito "drive".
O final é feito com a Sonata em mi menor de Benedetto Marcello, cujos três movimentos são discretamente acompanhados pelos ritmos da bateria - uma licença que Hary Schweizer se permitiu.
Como se percebe, temos aqui diante de nós uma mistura, um "medley" das mais diversas músicas para fagote. Não se deve avaliar este CD com o costumeiro critério da avaliação concertante da música erudita; antes que isso ele é um caleidoscópio extremamente prazeroso da música brasileira.
Além disso ele desenha o retrato de uma pessoa, que não só se dedica à execução musical, mas também que se devotou à confecção do fagote - seu instrumento - em seu país.
As gravações deste CD são tecnicamente limpas, interpretadas talvez com um certo comedimento, oferecem contudo uma amostra do som claro e específico dos fagotes produzidos no ateliê de HARY SCHWEIZER.
Dietrich Hilkenbach

página inicial