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"Considerando que seguidamente me pedem conselhos sobre a
melhor maneira de fazer a "sintonia fina" nos trabalhos finais
da
palheta pronta, resolvi reunir algumas dicas que pudessem ser úteis. É
claro que (infelizmente!) não existe uma receita patenteada, nem
sequer posso dar garantias de sucesso, mas, quem sabe, meus muitos anos de
experiência nesse campo possam servir de ajuda a um ou a outro".
Andrea Wurmbäck
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1. Quando uma palheta é muito "pesada" eu
recomendo primeiramente desbastar um pouco da madeira junto à cinta de
arame, de uma maneira igual de fora a fora (pode ser com uma faca, com uma
lima, com uma lixa, cada um o faça conforme suas preferências
pessoais!). Isso faz melhorar o ataque na região grave.
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2. Se a palheta ainda assim estiver
muito pesada, pode-se avançar com o procedimento mais para parte
dianteira da palheta. A região central, o assim chamado
"coração" (na ilustração apresentado na parte sombreada
mais clara), deve ser trabalhada com cuidado, mas não ignorada
totalmente: senão poderá ocorrer que as laterais estejam tão finas
como um papel, e mesmo assim a palheta se apresenta ainda muito pesada
e sua sonoridade fica cada vez mais horrível! Portanto, avançar em
direção ao coração! ele suporta mais do que a gente possa
imaginar... O ideal será conseguir uma gradação/transição
homogênea da espessura tanto de dentro para fora, quanto de
trás para a frente - sem degraus!
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3. Neste estágio a palheta deveria
se apresentar muito mais ágil. Na parte da frente o trabalho deve ser
sempre muito cuidadoso! Também ali incluir procedimentos no
coração...
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4. ...então lixar levemente ainda as
laterais. Na terça parte dianteira da palheta há uma melhora do
ataque das notas e do pp. Perigo: A cor do som fica geralmente
mais clara e se acontecer de se retirar demais madeira, as notas
centrais (sobretudo o mi e o fá) caem, e a afinação
então fica instável.
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5. No derradeiro milímetro perto da
abertura da palheta pode-se clarear efetivamente a sonoridade e
melhorar o ataque do pp. Perigo: o mesmo do procedimento
anterior!
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6. Com um desbaste nas partes
laterais (como marcadas na ilustração) pode-se obter que o som fique
mais escuro.
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* Andrea Wurmbäck, nascida no
ano 1960 em Werneck, na Alemanha, é desde 1984 fagotista-solista da
Orquestra Filarmônica do Teatro de Würzburg. Formada em fagote por
Eberhard Buschmann (Würzburg) e por Alfred Rinderspacher (Mannheim).
Tem também experiência no instrumento pelo qual iniciou seus
estudos, o violão, e ampla experiência e atividade na música de
câmara. Sua experiência na área das palhetas durante o tempo de sua
atividade de orquestral fizeram dela uma especialista nesse campo,
sendo freqüentemente convidada a dar cursos sobre a confecção de
palhetas.
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