Ao contrário de seu
pai que fabricava todo tipo de instrumentos, Jean Nicolas Savary
(1786-1853) que adotou o cognome de "o jovem", se especializou
na construção de fagotes. Também um irmão de Savary é
relacionado como construtor de instrumentos de sopro de madeira
entre 1829 e 1833, mas que a partir de 1836 se dedicou
exclusivamente à confecção de instrumentos de cordas e arcos.
A fama dos
instrumentos de Savary o jovem fica evidente com uma atribuição
de 1890 de que ele seria o "Stradivarius do fagote". A qualidade
de seus instrumentos se deve com certeza também ao fato de ele
próprio ser um profissional do fagote; conquistou em 1808 o
primeiro prêmio no Conservatório de Paris e mais tarde tocou
como primeiro fagotista no Teatro Italia.
O fagote da foto,
exposto no museu de Nürenberg, ainda não permite reconhecer a
elegancia própria da confecção das chaves de seus fagotes
posteriores. Chama a atenção e possivelmente é um caso único o
trabalho de entalhe dourado aplicado na campana, coisa própria
dos móveis da época. Também incomum é uma espécie de gangorra
entre as chaves de registro, que visava permitir uma mudança
rápida entre elas. A asa está numerada com "I", o que faz supor
que o instrumento possuia outras peças intercambiáveis (corps de
rechange).