Muzio Clementi
(1752-1832), o conhecido virtuose do piano e compositor, era
também um bem sucedido comerciante e construtor de instrumentos.
Depois da falência da firma Longman & Broderip em
1798, Clementi se uniu a um dos dois proprietários desta firma e
fundou em Londres a firma Longman, Clementi & Co.,
que a partir de 1802 se transformou somente em Clementi &
Co.
Enquanto os
instrumentos de teclado era produzidos em instalações próprias,
Clementi encomendava os instrumentos de sopro de outros
fornecedores e se preocupava somente com a distribuição dos
mesmos mas com seu própria marca. Uma parte dos instrumentos de
sopro de madeira era encomendada do construtor londrino Thomas Prowse (atuante entre 1816-1868), o qual provavelmente tenha
sido o construtor do fagote da foto.
O instrumento segue o modelo de construção adotado por William Milhouse.
Até a chegada dos fagotes feitos por Savary este era um tipo de
fagote comum na Inglaterra, e que serviu também de modelo a
partir da metade do século XIX para os instrumentos
confeccionados nesse país.
Além do formato
característico da campana, isso fica evidente sobretudo pela
posição da chave do Mib no baixo que, a partir da ponto de
observação do músico, se encontra no lado esquerdo da chave do
Re e não como comumente no lado direito.
O furo do Lab é
adotado como costumeiramente o eram os fagotes do século XVIII e
as chaves de registro da asa estão em posição invertida quando
comparadas às do fagote moderno, i. é, a chave mais baixa está
posicionada à esquerda da mais alta; e o tubo do baixo apresenta
um corredor saliente para aplicação das chaves.
