1993
EIN BRASILIANISCHES FAGOTT SELBSGEBAUT AUS AMAZONASHÖLZERN

HARY SCHWEIZER,  Brasilianer deutscher Abstammung, der in München bei Achim von Lorne Fagott studierte, ist zur Zeit als Dozent an der Universität in Brasilia und als Solo-Fagottist im Orchester des Nathionaltheaters tätig. Seine Schüler spielen bereits in den wichtigsten brasilianischen Orchestern sowie auch in den USA und Deutschland. Neben dem Wirken in Kammermusikgruppen (Trio, Quintett) gibt er didaktische Konzerte und wird immer wieder als Lehrer bei Ferienkursen verlangt. Zuletzt hat er sich zur Aufgabe gemacht, einheimsche Hölzer in Fagottbau zu versuchen. Diese Aufgabe hat er mit Erfolg gemeistert. Bei einem Konzert hat er "sein" Fagott vorgestellt. Wir drucken seine Einführung dazu ab:

"Ein Fagottist ist nicht nur ein Musiker, sondern auf die eine oder andere Weise auch ein Kunsthandwerker. Er fertigt sich sein Rohr schliesslich selbst an und baut damit seinen Klang! Vom Rohrbau zum Fagottbau ist aber ein langer und schwieriger Weg, und allein die Tatsache, dass man dieses Instrument spielt, muss noch lange nicht heissen, dass man es bauen wird oder kann. Berufserfahrung und pure Notwendigkeit waren für mich der Anlass, diesen Weg zu suchen! Als Lehrer an der hiesigen Universität habe ich leider mehr interessierte als potentielle Schüler, da ihnen einfach die notwendigen Instrumente nicht zur Verfügung stehen. Soweit ich weiss, wird dieses Instrument weder in Brasilien noch in Südamerika gebaut. Der Import ist schwierig, und die hohe Inflationsrate hier erleichtert das Problem eben auch nicht! Die wenigen vorhandenen Instrumente befanden sich in sehr schlechtem Zustand und haben immer wieder Reparaturen oder auch Generalüberholungen verlangt. Auch dafür gab es bei uns keine Fachleute. Diese Tatsache veranlasste mich zu einem Praktikum bei der firma PÜCHNER, Nauheim. Das Reparieren dieser Instrumente verschiedener Fabrikate führte zu einer genaueren Beobachtung und damit zum Kennenlernen dieses Instrumentes. Diese Stationen und eine Provokation von Kollegen Fagottisten führten dazu, den Bau dieses Instrumentes selbst zu versuchen. Damit begann eine langwierige Suche nach Materialien, Hölzern, Messungen, Bohrungen, Legierungen, Technologie, Erfahrungen, usw. So entstand mit viel Geduld das erste brasilianische Fagott. Und das erstaunlichste ist - es spielt! Es spielt sogar eine Musik, die VILLA-LOBOS nicht komponiert hat (es folgt das erste Stück des Konzertprogramms: FRANCISCO MIGNONE, Das Liedchen, das Villa-Lobos nicht komponiert hat, l981 für Fagott solo).

Der Sinn dieser Arbeit aber war es, den Studenten ein einfaches und vielleicht auch billigeres Instrument in die Hand zu geben, damit sie es ausprobieren können, bevor sie in ein anderes investieren. Passend sin also hier deshalb Kinderlieder, einfach und unkompliziert, aber dennoch kunstvoll umgeschrieben von Ernst Mahle, einem deutschen Komponisten, wohnhalt in Brasilien (ERNST MAHLE, 2 Kinderlieder für Fagott und Klavier, 1973)

Will der Schüler jedoch Fortschritte machen, bleibt er aber nicht nur bei Kinderliedern. Um aber anspruchvollere Literatur zu spielen, muss man das brasilianische Fagott noch nicht zur Seite legen. Der Klang und die Mechanik begleiten ihn auch hierbei noch! (SIEGFRIED STOLTE, Spielmusik für Fagott und Klavier, 1953).

Ein brasilianisches Fagott - gebaut aus im Amazonasgebiet wachsenden Hölzern, bearbeitet mit Haustechnologie. noch dazu mit selbstgefertigten Werkzeugen - muss sich doch wohlfühlen bei echter brasilianischer Musik... (BENNY WOLKOFF, Polka für Fagott und Klavier, 1991 und WASCYLI SIMÕES, Joneco no choro für Fagott und Klavier, 1984 * beide Uraufführungen).

Zum Schluss stelle man sich nun noch folgende zwei Situationen vor: Juni 1976, München, Eröffnung einer Kunstaustellung; März 1993, Brasília, Konzert zur Einführung eines brasilianischen Fagottes. - Achim von Lorne ist in München der Lehrer und gleichzeitig der Komponist der dort 1976 und jetzt hier gespielten "Miniaturen für 3 Fagotte". Dort war HARY SCHWEIZER sein Schüler. Hier nun nimmt er den Platz des Lehrers ein und ist obendrein noch der Erbauer seines eigenen Instrumentes! Wie man nun sieh, gibt es nun auch bereits ein brasilianisches Fagott! (ACHIM VON LORNE, 2 Miniaturen für 3 Fagotte, 1976) ".

(Bei dem Konzert wurden eingangs noch "Drei Stücke für Fagott und Klavier "1965, von Pierre Max DUBOIS gespielt)

UM FAGOTE BRASILEIRO ARTESANAL FEITO DE MADEIRAS DO AMAZONAS

HARY SCHWEIZER, brasileiro de origem alemã, que estudou fagote em Munique, é atualmente Professor na Universidade de Brasília e Fagote solista na Orquestra do Teatro Nacional de Brasília. Seus alunos tocam já nas mais importantes orquestras brasileiras, assim como também nos EUA e na Alemanha. Ao lado de sua atividade com grupos de música de câmara (trio, quinteto) ele apresenta concertos didáticos e é freqüentemente convidado a participar como professor em cursos de férias. Ultimamente ele assumiu a tarefa de experimentar madeiras nativas na construção do fagote. Esta tarefa foi executada com sucesso. Em um concerto ele apresentou o "seu" fagote. Reproduzimos aqui as suas impressões:

"Um fagotista não é somente um músico, mas de uma maneira ou outra também um artesão. Ele confecciona suas próprias palhetas e com isso se torna no artesão de seu próprio som! Entre o construir palhetas e o construir fagotes existe, porém, um longo e penoso caminho e o simples fato que a gente toque um instrumento, não quer nem de longe significar que a gente o consiga ou possa construir. Experiência profissional e necessidade foram para mim o motivo para trilhar este caminho! Na qualidade de professor de nossa universidade eu tinha mais alunos interessados do que reais, pois lhes faltavam os instrumentos necessários. Que eu saiba, este instrumento não se fabrica no Brasil nem tão pouco na América do Sul. A importação é complicada e as altas taxas de inflação não a tornam mais fácil! Os poucos instrumentos disponíveis estavam em estado de conservação deplorável e precisavam sempre de boa manutenção quando não de uma reforma geral. Também para esta necessidade não existiam especialistas. Este fato me levou a fazer um estágio na firma PÜCHNER, em Nauheim. Consertos em instrumentos de diferentes fabricantes me levaram a uma observação mais detalhada e assim a um conhecimento mais aprofundado deste instrumento. Estes passos e uma provocação de colegas fagotistas me levaram a experimentar eu mesmo a construi-lo. Assim começou uma longa busca por materiais, madeiras, medidas, perfurações, ligas, tecnologias, experiências, etc. Assim, com muita paciência, surgiu o primeiro fagote brasileiro. E o mais surpreendente - ele toca! Ele toca até uma música que o Villa-Lobos não escreveu (segue-se a primeira música do concerto: FRANCISCO MIGNONE, Aquela Modinha que o Villa não escreveu, 1981, para fagote solo).

O sentido deste trabalho era afinal, colocar na mão de estudantes um instrumento mais simples e talvez mais barato, para que eles o pudessem experimentar antes de fazer um investimento maior. Por isso cabem aqui algumas canções infantis, simples e descomplicadas, mas nem por isso sem valor artístico, de Ernst Mahle, um compositor alemão, radicado no Brasil (ERNST MAHLE, 2 Canções Infantis, 1973, para fagote e piano)

Mas se o aluno quer progredir ele não vai ficar tocando somente canções infantis. Mas não é pelo fato de se tocar uma literatura mais exigente que se deve deixar de lado o fagote brasileiro. A sonoridade e o mecanismo também aqui acompanham o músico (SIEGFRIED STOLTE, Spielmusik para fagote e piano, 1953)

Um fagote brasileiro - feito de madeiras que crscem no Amazonas, trabalhado com uma tecnologia caseira, ainda por cima com ferramentas artesanais, deve se sentir muito à vontade tocando música brasileira...(BENNY WOLKOFF, Polca para fagote e piano, 1991 e WASCILY SIMÕES, Joneco no choro para fagote e piano, 1984 * ambas primeiras audições)

Finalmente imaginemos a seguinte situação: junho de 1976, Munique, abertura de uma exposição de arte; março de 1993, Brasilia, concerto de apresentação de um fagote brasileiro. ACHIM VON LORNE  era em Munique o professor e ao mesmo tempo o compositor daquelas "Miniaturas para 3 fagotes", que foram apresentadas na ocasião; naquela oportunidade HARY SCHWEIZER era seu aluno. Aqui ele toma o lugar de seu professor e ainda por cima é o artífice de seu próprio instrumento! Como se vê, agora existe um fagote brasileiro (ACHIM VON LORNE: 2 Miniaturas para 3 fagotes, 1976)".

No concerto foram tocadas como introdução "3 Peças para fagote e piano" de Pierre Max DUBOIS, 1965.

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