CD em foco |
16
valsas para fagote solo de Francisco Mignone
FABIO CURY, fagote
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1_
APANHEI-TE MEU FAGOTINHO
2_ SEXTA VALSA BRASILEIRA
3_ MISTÉRIO (QUANTO AMEI-A!)
4_ VALSA DA OUTRA ESQUINA
5_ AQUELA MODINHA QUE O VILLA NÃO
ESCREVEU
6_ MACUNAÍMA, VALSA SEM CARÁTER
7_ VALSA DECLAMADA (O VIÚVO)
8_ + 1 3/4
9_ VALSA EM SI BEMOL MENOR
(DOLOROSA)
10_ VALSA IMPROVISADA
11_ VALSA-CHORO
12_ A BOA PÁSCOA PRA VOCÊ, DEVOS!
13_ VALSA QUASE MODINHEIRA (A
IMPLORANTE)
14_ VALSA INGÊNUA
15_ A ESCRAVA QUE NÃO ERA ISAURA
16_ PATTAPIADA
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Solista, camerista, pesquisador e
professor, o fagotista FABIO CURY tem uma carreira dinâmica.
Leciona em festivais brasileiros, faz concertos e apresentações,
e no exterior tem se empenhado em divulgar o repertório musical
brasileiro. Seu mais recente trabalho é a gravação das 16
valsas para fagote solo, do compositor Francisco Mignone,
lançado em outubro de 2014, pelo selo SESC.
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A história da composição das valsas
deste CD mostra como uma demanda musical pontual pode contribuir
para o crescimento do universo musical, neste caso, com a
criação das 16 valsas para fagote solo nos anos 1980 pelo
compositor Francisco Mignone (1897-1986), um dos mais
importantes representantes da composição musical brasileira.
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No encarte do CD, Fábio Zanon,
violonista e regente, conta que "as valsas para fagote foram
inspiradas pela arte do fagotista francês radicado no Brasil
desde 1952, Noel Devos, e compostas a pedido da professora Irany
Leme, que organizou em 1979 uma série de seis concertos sobre o
tema da valsa. Como não havia valsa para fagote no repertório
internacional, Leme persuadiu o compositor a escrever obras para
esse recital. Mignone tanto se entusiasmou com a atuação de
Devos que completou, em poucos meses, 16 valsas".
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OB: o encarte de
Fábio Zanon é um verdadeiro tratado
sobre as valsas de Francisco Mignone.
Por isso está registrado como artigo
independente, neste mesmo portal do
fagote em textos
>>>> as 16 valsas para fagote solo
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Entusiasta e divulgador da obra de
Mignone, Fábio Cury sempre teve vontade gravar as peças.
"Mignone deixou um repertório para fagote que se destaca tanto
pelo número de composições quanto pela maestria com a qual o
instrumento é empregado. O compositor foi amigo de Devos e
dedicou a ele uma série de obras em que o fagote participava.
Compôs não só essa série de valsas, mas uma sonata e uma
sonatina solo, dois duos, um trio e alguns quartetos para
fagotes, um concertino para fagote e orquestra, um concerto para
clarineta, fagote e orquestra, além de outras peças de câmara".
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alguns momentos e comentários da gravação do CD -
veja aqui
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Segundo Fábio Cury, cada uma dessas
valsas apresenta um colorido particular, ainda que todas recebam
a designação geral de valsas:
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1. APANHEI-TE MEU FAGOTINHO – Mignone parodia
o estilo de valsa-turbilhão em uma homenagem ao Apanhei-te,
cavaquinho de seu admirado Ernesto Nazareth. A dificuldade
da obra e as passagens de velocidade em todos os registros
contribuem para o efeito humorístico.
2. SEXTA VALSA BRASILEIRA – Uma das mais
longas e formalmente elaboradas, esta obra tem uma irmã,
composta para piano na mesma época. Um estudo comparativo das
duas versões demonstra a perícia de Mignone em reconceber a obra
sugerindo os diferentes planos de sonoridade e riqueza harmônica
do piano, bem como o estilo de flautas e violões. Aqui ele
também explora efeitos de pergunta e resposta em eco e expansão
melódica ao longo dos registros.
3. MISTÉRIO (QUANTO AMEI-A!) – As longas frases ascendentes
desta valsa soturna exibem a turbulenta mudança de caráter ao
percorrer os diferentes registros do fagote, nos dizeres de
Devos, "com grande força interior".
4. VALSA DA OUTRA ESQUINA – Num momento de
autoparódia, Mignone subverte o caráter nostálgico da melodia
com surpreendentes passagens cromáticas, um andamento mais
acelerado e uma película de ironia na expressão.
5. AQUELA MODINHA QUE O VILLA NÃO ESCREVEU –
Uma homenagem ao colega, em que o lirismo italianado de Mignone
rememora fragmentos de obras de Villa-Lobos como Nhapopé. Aqui a
vocalização nos três registros do fagote obtém as sonoridades
mais comoventes do ciclo.
6. MACUNAÍMA, VALSA SEM CARÁTER – A
alternância mercurial entre diferentes estilos de emissão acaba
por gerar uma impressão de falta de firmeza de caráter,
congruente com a personagem de Mário de Andrade.
7 VALSA DECLAMADA (O VIÚVO) – Uma obra
da solidão, em que cada nota parece ser falada, exigindo mestria
de emissão do intérprete.
8. + 1 3/4 – O virtuosismo aqui parece
relembrar o caráter burlesco frequentemente atribuído ao fagote
em obras do Romantismo tardio.
9. VALSA EM SI BEMOL MENOR (DOLOROSA) – A
mais longa e, em vários aspectos, mais elaborada das valsas, em
que a sonoridade plangente da região aguda parece fragmentar-se
em confronto com as dissonâncias da região grave.
10. VALSA IMPROVISADA – As melodias que
sugerem contracantos, tão caras a Nazareth, aparecem aqui na
região grave, na forma de um solilóquio algo descontínuo.
11. VALSA-CHORO – Uma obra algo convencional, aparentada às
valsas para violão, que dá ao fagotista uma melodia de grande
plasticidade, apta a ressaltar a qualidade lírica de seu
instrumento.
12. A BOA PÁSCOA PRA VOCÊ, DEVOS! – Uma obra
econômica em seu material e pródiga em contrastes de expressão,
com passagens em terças de considerável dificuldade.
13. VALSA QUASE MODINHEIRA (A IMPLORANTE) –
As frases, quase sempre terminadas em dissonâncias não
resolvidas, confirmam o caráter suplicante do título.
14. VALSA INGÊNUA – Uma obra cuja sofisticada
técnica é envolta em um véu de simplicidade, uma característica
de Mignone que ainda exige um estudo mais detido.
15. A ESCRAVA QUE NÃO ERA ISAURA – A
referência ao texto-quase-ensaio sobre a poética moderna de
Mário de Andrade revela muito do intuito de descontinuidade da
música, em que métrica e forma são derramadas em seu fluxo de
consciência.
16. PATTAPIADA – O flautista Mignone fala
aqui por meio do fagote, parodiando a valsa ligeira Primeiro
amor do grande flautista e compositor Pattápio Silva.
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Mignone e o fagote |
A importância das valsas para
fagote de Francisco Mignone e o saldo do lançamento do CD são
destacados por Danilo Santos de Miranda, diretor do SESC SP:
"primeiramente, as valsas marcam o registro histórico de uma
obra ainda pouco explorada na música brasileira.
Tradicionalmente instrumento de orquestra, o potencial do fagote
como solista, e a genialidade de Mignone como compositor são
demonstradas por essas composições. Marcam também a performance
de Fábio Cury, fagotista de fama internacional, que tem se
dedicado à pesquisa, ao ensino e gravação do vasto repertório
nacional em que o fagote exerce papel de destaque".
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comprar
CD: |
http://www.sescsp.org.br/loja/ |
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fagote) |
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