compositores e obras do CD "Com licença!..."

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    FRANCISCO MIGNONE (1897-1986)  

Francisco Mignone nasceu em São Paulo em 3 de setembro de 1897, filho de pais italianos recém-chegados ao Brasil. A partir dos 13 anos começou a apresentar-se como flautista e pianista em pequenas orquestras. Seus estudos acadêmicos em São Paulo foram continuados em Milão, para onde viajou em 1920. Durante algum tempo, compôs obras eruditas assinando seu próprio nome, e obras populares com o pseudônimo “Chico Bororó”: destas, boa parte foi gravada em discos 78 rpm com orquestras dirigidas por seu pai. Seu primeiro êxito foi com a ópera “O Contratador de Diamantes”, estreada no Rio de Janeiro em 1924, da qual faz parte a famosa Congada. Retornou definitivamente ao Brasil em 1929, fixando-se a princípio em São Paulo e. a partir de 1933, no Rio de Janeiro, sucedendo a Walter Burfe Marx na cátedra de Regência do então Instituto Nacional de Música.

Ao voltar da Europa, Mignone retoma contato com Mário de Andrade, cuja influência foi decisiva no sentido de adoção do nacionalismo musical, muito embora o compositor houvesse criado obras de acentuado caráter nacional como a Congada - sem esquecer, naturalmente, as composições de Chico Bororó. As décadas de 1930/40 vêem surgir algumas de suas mais representativas obras: a “Sinfonia do Trabalho”, o “Maracatu do Chico-Rei”, “Festa das Igrejas”, “Leilão”. Particular destaques têm suas inúmeras valsas para piano, que levaram seu amigo Manuel Bandeira a chamá-lo de “o rei da valsa”. Fundamental é sua obra vocal, das para canto e piano às para coro, com ou sem instrumentos, como o atestam suas seis Missas e O Oratório Alegrias de Nossa Senhora, com texto de Cecilia Meireles. Compôs. ainda, várias obras para trios, quartetos e outros conjuntos instrumentais variados.

Francisco Mignone faleceu a 18 de fevereiro de 1986. 

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Aquela modinha que o Villa não escreveu  (fagote solo)
Para Noel Devos, fagotista francês radicado no Rio de Janeiro a quem dedicava amizade profunda, Francisco Mignone escreveu uma série de 16 valsas para fagote solo, tendo muitas delas algum título que sugerem uma paródia (Valsa da outra esquina, A escrava que não era Isaura, Pattapiada, etc); neste CD "aquela Modinha que o Villa não escreveu" está diretamente parodiada com uma ária que o Villa escreveu...(cantilena de Bachianas Brasileiras nº 5).

 

16 valsas para fagote solo disponíveis para download em:

www.haryschweizer.com/Musicas/welcome_partituras.htm

 

leia também:
        o cantabile nas valsas de Mgnone
        tributo a Devos
        obras de Francisco Mignone com fagote