 |
obras de compositores brasileiros para fagote solo dissertação de mestrado, UNI-RIO, 1999 |
|
FIGUEREDO, FLÁVIO (1969, São Paulo, SP)Variações para fagote solo (19/03/1992, Brasília)34 Estreada pelo compositor em 1992, num concerto da classe de composição da Universidade de Brasília Partitura em manuscrito partitura para download no portal do fagote Gravação não-comercial da estréia no arquivo do compositor. Artista executante: Flávio Figueredo Em um movimento Duração: 3’30’’ O tema destas Variações é uma série de cinco notas, com características do idioma tonal livre, geradora de toda a peça: 35
Exemplo 1: a série de cinco notas, base para as Variações Entre os procedimentos para a sua variação estão: transposição para outras alturas, transposição de alguns elementos para outras oitavas, reordenação dos elementos (incluindo retrogradação), inversão, omissão de elementos, interpolação de novos elementos, além da combinação destes procedimentos. O tema e as variações são muito curtos; notam-se, porém, marcados através de cesuras e fermatas, agrupamentos de variações com semelhanças entre si. Estas seções formam uma estrutura A/A’/B/A’’/A’’’/C/B’/A’’’’. Definimos como seção A as pautas 1 a 3, cuja primeira é caracterizada pelo contraste de um motivo ascendente com a indicação afobado, rápido e outro em graus conjuntos descendentes (leve e lento), enquanto na segunda e terceira pauta já ocorre projeção de alguns elementos para oitavas desiguais, decorrendo daí a presença de grandes saltos. Num todo, a seção A e suas variações A’, A’’ etc. são contrastadas com B e B’ (muito calmo e contemplativo, pautas 8 a 11, e jiocoso [sic, para giocoso] e movimentado, pautas 20 a 22) que apresentam semínimas submetidas a uma diferenciação minúscula de dinâmica. Depois da seção B, segue A’’ (pautas 12 a 14), transposição de A para uma sexta maior acima, excluída a pauta 14. A seção C, pesante (pautas 18 e 19), combina as semínimas em tenuto da seção B com as tercinas em semicolcheias de A’. Após o jiocoso (B’), em A’’’’ (pauta 23-26), é apresentado um encadeamento de várias transposições da série, primeiramente em saltos, depois organizado em escalas ascendentes e descendentes.Aspectos técnicos difíceis nesta peça são as rápidas mudanças entre diferentes caracteres (afobado e rápido, leve e lento, por exemplo), e, nas seções B, as modificações constantes dos níveis de dinâmica, pontos que exigem uma adaptação imediata da embocadura. O grau de dificuldade foi avaliado como intermediário II. A dedicatória não consta na partitura, mas nos foi transmitida a informação pelo compositor. 35. Figueredo usou esta mesma série numa peça para piano.
|
|
