obras de compositores brasileiros

para fagote solo

dissertação de mestrado, UNI-RIO, 1999

ARIANE PETRI

 

TERRAZA, EMILIO (*1929, Bahia Blanca, Argentina 52)

Tango M. 46 (1992, Brasília)

Obra encomendada por Hary Schweizer e dedicada a ele: “Para meu caro colega e amigo Hary Schweizer, para a estréia do segundo fagote por ele construído. 4/5/92”

             

Estreada por Hary Schweizer, em 07/05/1992, durante a Semana Universitária, no Auditório do Departamento de Música da Universidade de Brasília53

Partitura computadorizada

para download no portal do fagote

Em um movimento: Tempo di Tango

duração: 1’15’’

Tango é uma obra tonal em lá menor com cromatismo inserido, principalmente em compassos de transição. As fórmulas rítmicas, as articulações, as indicações de sfz e a escolha do modo menor são típicas do tango. Pela acentuação, o quaternário C é distribuído em 4/4 ou em grupos de três mais três mais duas colcheias. Na peça, em forma A/B/A’/A’’/Codeta, é reapresentada a seção A por duas vezes, a primeira transposta para o quinto grau (c. 18-25) e depois novamente no primeiro (c. 26-35), sempre com variações sutis. A seção B, menos movimentada e em legato, é o momento menos denso. A codeta (C. 36-39) recorta elementos de A e os separa por pausas. A vitalidade rítmica, a redistribuição das divisões do compasso, a falta de pausas nas seções A (o que exige um bom planejamento dos momentos adequados para respirar) e o emprego da clave de dó nos fez situar a peça no nível intermediário I.

É possível que a colocação do sfz na segunda colcheia do compasso 19 seja um erro, porque só aqui a acentuação foge do padrão estabelecido na parte A. O lugar correto para o sfz parece-nos ser a primeira colcheia.

 

52 Ver nota na análise da obra Momentos de Emilio Terraza.

53 No programa da estréia, o título da obra aparece como ‘Tango sob pressão...”, uma brincadeira que surgiu devido

ao fato que a obra ficou pronta somente em cima da hora.

 

voltar ao sumário da tese      página inicial